CRUZEIRO EM LETRAS
OS CAMINHOS DA PALAVRA – PIETRO COSTA
21ª EDIÇÃO
02.05.2020
“BAUMAN EM TEMPOS DE CORONAVÍRUS – REFLEXÕES SOBRE A MODERNIDADE LÍQUIDA”
No quadro OS CAMINHOS DA PALAVRA, a proposta de PIETRO COSTA, escritor, poeta, agente e produtor cultural, presidente da Academia Cruzeirense de Letras, é levantar ideias, propor pesquisas, fomentar debates e provocações, acerca de temáticas controversas e de relevância prática para quem possui ou deseja possuir interesse de enveredar pelos caminhos da leitura ou escrita, e também para quem já percorre, profissionalmente, as trilhas da literatura.
Na data de hoje, sábado, 02 de maio de 2020, em transmissão ao vivo, a partir das 10h00, no seu home office, pela página da Academia Cruzeirense de Letras - ACL no Facebook, o autor Pietro Costa, resolveu debater o pensamento de Zygmunt Bauman (sociólogo nascido na Polônia em 1925, falecendo em 2017), explicitando suas ideias e indagações em torno da obra “Amor Líquido: a fragilidade dos laços humanos”.
O autor abordou os diversos capítulos que integram a obra e, ao final, ponderou:
“Será o momento de repensar o nosso ser-e-estar no mundo?
Ou continuaremos a mercê do estilo-de-morte vigente, comandado pelo vírus do egoísmo e narcisismo dessa sociedade líquida de “redes” e “relacionamentos de bolso”, que vê os vínculos e vidas como hospedeiros descartáveis, enquanto objetos para mero consumo?”
Antes de encerrar a transmissão, o autor recitou os poemas OUTROFOBIA (inédito) e SOL RIDENTE, relacionados com esse quadro desafiador que ora vivenciamos.
OUTROFOBIA
(Pietro Costa – todos os direitos autorais reservados)
Encontros?
Solidão compartilhada
Lares?
Campos de batalha
Posturas geniosas
Verve autoritária
Nos ombros alheios
Uma ominosa carga
Nos dedos postos em riste
Holocaustos de indiferença
Névoas carregadas de chistes
Olhos trovejando incertezas
O paciente zero da pandemia
O ensejo do caos e desditas
Sempre na outra ponta
Fora das divisas do espelho
Os erros de maior monta
SOL RIDENTE
(Pietro Costa – todos os direitos autorais reservados)
Sou o poema que, bem de mansinho, desperta
Quando a airosa lua repousa desnuda no olhar
A paixão que veste as tórridas peles e celebra
Enquanto o sol a pino permanece a transpirar
O matiz intrometido, que percorre pátios frios
Que, no páramo, enfeita estrelas com sorrisos
A íris que se abre ao arco de novos desafios
Os traços iluminados pelos raios do espírito
Os versos tocados, vistos, inalados, ouvidos
Os risos degustados na experiência sensível
A luz que faz visitar os tímidos esconderijos
Sou o amor-próprio que conserta desalinhos
Sou as onomatopeias que mimetizam delírios
Sol ridente que decifra cruciantes labirintos
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGAMBEN, G. Homo sacer. O poder soberano e a vida nua. Belo Horizonte: UFMG, 2002.
BAUMAN, Z. Amor líquido. Sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999. v. 1.
FREUD, S. O mal-estar na civilização. Rio de Janeiro: Imago, 1996. (Obras psicológicas completas
da edição Standard Brasileira).
TARDIF, M.; LESSARD, C. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como
profissão de interações humanas. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
Pietro Costa agradece a todos e todas que se dedicam pela valorização das artes e literatura, e a quem colabora, seja divulgando ou participando, com os projetos encampados pela Academia Cruzeirense de Letras. Estamos cônscios de nossas severas limitações, mas plenamente resolutos em deflagrar um trabalho sério, honesto, pertinaz, com humildade e responsabilidade, em benefício da cultura!
A luta incansável, permanente, por uma educação centrada em valores humanitários, com ênfase nas artes, música e literatura, em toda a sua diversidade de linguagem, visando ao exercício altivo, crítico e transformador de nossas liberdades, direitos e cidadania, é o que nos une, humaniza, transforma e edifica!
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